sábado, 21 de maio de 2011

Retornando !!!???!!!

Pois é. Faz tanto tempo que não abria o blog que pensei tivesse sido apagado. Hoje, melhor dizendo, agora surfando na net resolvi ver se ainda existia e, para minha surpresa, está aqui, me esperando.
Em atenção a este blog que ficou me esperando por tanto tempo, sem desistir, escrevo alguma coisa para contentá-lo. Afinal, ele merece uma atenção pois não esqueceu de seu descuidado autor.
E o que posso dizer?
Não sei.
Dizer que estou me sentindo melhor, mais otimista, ao contrário de quando criei este blog.
Pode ser. Afinal, as crises maiores parece que se afastaram e posso ser um pouco mais otimista em relação ao presente e ao futuro próximo.
Dizer que meu filho já está na faculdade.
Isto sim é uma boa notícia: Luiz Fernando está no 1º semestre do curso de Direito na UNISINOS e está gostando. Certamente um futuro magistrado, promotor, procurador, defensor, advogado. Só o futuro sabe.
Aliás, está trabalhando como estagiário na Defensoria Pùblica de Viamão.
O guri está virando homem e tomando rumo.
Isto sim, são notícias boas e, para nçao estragar este retorno, vou ficar por aqui.
Até o próximo post.
Tchau.

domingo, 5 de dezembro de 2010

AS PÉROLAS E O AMOR (Um conto oriental)

AS PÉROLAS E O AMOR
(Um conto oriental)

Conta-se que, em um país do oriente, um príncipe árabe, herdeiro do trono, pretendia casar mas estava em dúvida sobre como encontrar uma noiva que o aceitasse por sua pessoa e não pelo fato de ser o príncipe herdeiro.
Após muito pensar, sem chegar a solução para o problema, viajou a outro reino e foi consultar um homem sábio cujos conselhos eram aceitos tanto pelo povo, como pelos nobres, em vista de serem acertados.
Chegando à residência do homem sábio, apresentou-se e expôs-lhe o problema, esperando por uma solução milagrosa ou mágica.
No entanto o homem sábio assim lhe falou:
— Príncipe, desejas encontrar uma mulher que te aceite como marido por tua pessoa e não pelo fato de seres o príncipe herdeiro do trono. Tens dúvidas sobre como poderás verificar a sinceridade das pretendentes que acorrerão a teu chamado. Também não sabes se teu julgamento será acertado.
— Sim — disse-lhe o príncipe.
— Não sei como poderei fazer para encontrar a mulher que me aceite como sou. Ela deverá ter entre 18 e 25 anos de idade, ser atraente, ter boa educação, saber ouvir e, também, falar. Deverá gostar de música, dança e artes. Precisará ter conhecimento da administração de uma residência, de um palácio, pois terá grande criadagem. Não precisará ser a mais bela do reino mas deverá ter boa aparência. Como poderei encontrá-la?
Respondeu-lhe o sábio:
— É simples. Anuncia que viajarás a outros reinos e passarás alguns meses fora do reino. Realiza a viagem e, depois, disfarça-se e retorna como um homem de posses. Instala-te em uma boa residência e, depois de apresentar-te aos cidadãos, informa-os que estás à procura de uma esposa com as características que me descrevestes.
E o príncipe perguntou-lhe:
— Mas como isto poderá dar certo?
O sábio prosseguiu:
— Proclama que, em tal data, receberás as candidatas que se acharem nas condições estipuladas, as quais serão por ti examinadas e testadas.
Respondeu-lhe o príncipe:
— Mas certamente serão centenas ou milhares. Como poderei testá-las?
Esclareceu o homem sábio:
— Não serão tantas assim e, mesmo que o sejam, poderás eliminar a maior parte rapidamente. Aquelas que se apresentarem vestidas suntuosamente, que tenham procurado embelezar-se de forma artificial, que não consigam parar de conversar umas com as outras, as que não tenham educação suficiente para portar-se à altura de tua residência, estas as dispensarás de imediato. Agradecer-lhes-á e dar-lhe-ás uma pequena lembrança, uma jóia simples mas de bom gosto, para que não se sintam ofendidas.
Mais tranquilo, o príncipe perguntou:
— E depois? Como escolher entre as que ficarem?
O sábio explicou-lhe:
— Estas não serão muitas. A estas dirigir-te-ás, conversarás com elas, notarás se tem educação e se sabem tanto falar, como ouvir. Depois, farás que se apresentem músicos, dançarinos, e verás aquelas que sabem apreciar estas artes. Mais adiante as colocarás em pequenas tarefas de administração de um palácio e de criadagem. Aí verás as que têm condições para isto sem abusar da criadagem e dos servos. as que não preencherem estes requisitos, também as dispensarás como as anteriores, dando-lhes uma jóia mais elaborada.
Perguntou-lhe o príncipe:
— E como farei para encontrar, dentre as que sobrarem, aquela que escolherei?
Novamente o sábio respondeu-lhe:
— Destas últimas sairá tua esposa. Serão poucas mas todas parecerão perfeitas. Para encontrá-la realizarás um último teste, cujo resultado te indicará quem deverás escolher.
E o príncipe indagou, ansioso:
— Mas como? Se todas parecerão perfeitas, como poderei escolher?
Disse-lhe então o sábio:
— Leva-as para uma sala onde tenhas expostas jóias de maior valor, feitas em ouro, prata, com pedras preciosas como rubis, esmeraldas, diamantes, pérolas, ágatas ... Dize-lhes que fiquem à vontade e que cada uma poderá escolher uma destas jóias como presente e que retornarão dali para suas residências onde, mais tarde, irás para anunciar tua escolha.
— Sim — disse o príncipe — Mas como esta escolha de jóias irá indicar-me a pessoa certa? Será aquela que escolher uma jóia de ouro? De prata? Com rubis, diamantes ... ???
E o sábio esclareceu-lhe:
— Não, nenhuma destas preencherá o que desejas. A escolhida será aquela que escolher as pérolas pois, enquanto ouro e a prata podem ser fundidos e modificados por um bom joalheiro, enquanto os rubis, diamantes, esmeraldas, ..., podem ser copiados por um bom lapidador, as pérolas são sempre únicas. Elas nunca se repetem. Cada uma é única em si mesma pois não há uma pérola igual à outra.
E perguntou o príncipe:
— Mas porque a que escolher as pérolas será a mais perfeita, a que escolherei?
Disse-lhe, por fim, o sábio:
— O ouro, a prata, as pedras preciosas, simbolizam as paixões fulminantes, os amores transitórios e volúveis, que podem ser modificados por qualquer artesão. Já as pérolas, por serem únicas e nunca se repetirem, por não poderem ser modificadas, simbolizam o amor constante, perene, permanente e modesto, distante de paixões. Aquela que as escolher certamente te amará por seres quem és e não por seres um príncipe. Ela te aceitará, te honrará e será por ti honradas, e a felicidade estará com vocês até o fim dos tempos.
O príncipe, aceitando estas sábias palavras, agradeceu ao homem sábio, retirou-se, e retornou a seu reino onde pôs em prática os conselhos recebidos, encontrando sua esposa com a qual, certamente, viveu em paz e felicidade até o fim de seu tempo.

(Este conto foi criado tendo como base a comemoração de 30 anos de casamento, Bodas de Pérola, recentemente transcorrida).

domingo, 16 de maio de 2010

MEU MUNDO CAIU ...

MEU MUNDO CAIU ...

Não; não se trata da mais uma canção de amor desfeito, como aquelas eternizadas por Dolores Duran.
O mundo que caiu não é aquele dos amores desfeitos, das paixões não correspondidas, dos amantes e seus desencontros.
Na verdade o mundo que caiu é aquele no qual nasci e fui criado.
Aquele mundo no qual boa parte da humanidade também nasceu, cresceu, constituiu família, obteve emprego e lutou para sobreviver dignamente.
É um mundo que deixou de existir.
O mundo do respeito aos valores básicos da vida pessoal e em sociedade: honestidade, fraternidade, dignidade, hombridade ...
Um mundo no qual as pessoas tinham direitos mas, também, sabiam que para realizá-los haviam deveres a serem respeitados e cumpridos.
Um mundo no qual os pais eram respeitados por serem pais, não por serem (como hoje) os “donos da bolsa e da mesada dos adolescentes”.
Um mundo no qual os filhos eram respeitados por serem os filhos, a continuidade da família e da espécie. Não, como hoje, em que só servem para gerar “bolsas família” ...
Um mundo no qual os professores eram respeitados porque se faziam respeitar, ensinando, dando de si para que seus alunos progredissem e “fossem alguém”.
Não, como hoje, em que os mestres não são respeitados porque, com raras exceções, não são mestres, são ativistas sindicais sempre contrários a qualquer iniciativa que possa melhorar seu “status” profissional e social.
Um mundo no qual os alunos respeitavam os professores e, por estes, eram respeitados por serem alunos ávidos do ensino, não, como hoje, em que não são respeitados, são temidos por medo da violência ...
Um mundo no qual as pessoas eram mais honestas, não buscavam “levar vantagem em tudo” ...
Um mundo no qual os governantes eram mais dignos, não se vendiam por qualquer 10% de comissão por fora ...
Um mundo no qual o amor, sentimento máximo da humanidade, não era banalizado, vilipendiado, distorcido ...
Que saudades daquele mundo !!!
Não sou um saudosista, nem pretendo tornar-me um “fundamentalista”, uma pessoa para qual apenas o antigo era o melhor.
Pelo contrário: os avanços da ciência, da tecnologia, da medicina (em sentido amplo) devem ser reconhecidos e elogiados (afinal, sem estes eu não estaria aqui, comunicando-me instantaneamente com o mundo).
Do que sinto falta é daquele mundo em que os homens de bem eram homens de bem; em que havia respeito pela vida do semelhante, em que não se davam direitos a quem não os fez por merecer; em que não se disfarçava a incapacidade governamental quanto à segurança pública pela “invenção” de teorias sociais mirabolantes e sem qualquer sentido ...
Gostaria de poder, novamente, sair à noite caminhando pelas ruas, vendo as vitrinas, tomando um sorvete, batendo pernas a esmo, sem medo de ser assaltado a cada passo, sem medo de não retornar para casa a cada dia de trabalho.
Onde foi parar este mundo???
Não sei.
Só sei que, no Brasil, ele não está !!!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

AVISO IMPORTANTE

PEQUENO ESCLARECIMENTO
Tem-me sido perguntado se os posts aqui colocados são reais, ou seja, se se referem a fatos ou situações ocorridos comigo ou com alguém de minhas relações.
A resposta é negativa.
O que coloquei não tem qualquer relação com fatos ou situações ocorridos comigo ou com alguém de minhas relações, salvo quando refiro expressamente o contrário.
O que aqui coloco é fruto de observações da vida do dia-a-dia, de leituras, filmes, músicas, conversas, viagens, etc., enfim, daquilo tudo que nos cerca e que compõe a vida em sociedade, situações pelas quais certamente passamos ou passaremos algum dia.
Como disse, certa feita, um grande escritor, creio que foi Luiz Fernando Veríssimo, seria muita pretensão elaborar uma autobiografia, mesmo que em pequenas doses como nestes posts.
Não tenho tal pretensão e, portanto, fique claro que não estou colocando ou expondo situações pessoais neste blog.
E, para aproveitar o ensejo, vou tornar-me um pouco vaidoso (afinal, ninguém é de ferro) e, portanto, vai um pequeno resumo sobre a vida do autor destas linhas, no qual declaro que nasci em 23/12/...., numa pequena cidade do interior de nosso Rio Grande do Sul, filho de pais pobres, porém honestos. Cresci por este pagos interioranos, onde fui devidamente vacinado contra as doenças e também contra a soberba, a ganância, a avareza, etc.
Vim para esta capital, com 15 anos, em 196..., a fim de completar os estudos e tornar-me um doutor.
Aqui fiquei até hoje, pois resido na grande região metropolitana.
Se não me tornei doutor, pelo menos recebi o diploma e cumpri os sonhos de meus falecidos pais.
Tenho família, trabalho, tento pagar minhas contas e dar um futuro melhor a meus filhos e minha esposa.
Também tenho (ou será o contrário) três cadelas e algumas árvores no quintal, bem como muitos sonhos por realizar.
Era o que tinha a declarar (o resto só o Leão do Imposto de Renda pode examinar).

terça-feira, 20 de abril de 2010

TEMPO

TEMPO

Quando iniciei este blog pretendia colocar tópicos – Trecos e Retalhos – seguidamente, pois achava que não seria muito difícil e que não faltariam idéias ou assuntos para expor e debater.
Como diria o poeta – ledo engano !!!
Não é fácil. As idéia surgem, mas assim como surgem, vão-se.
Viram fumaça, cinza. Ficam apenas algumas lembranças de um tema que poderia ser desenvolvido mas perdeu-se.
E o tempo?
Cada dia mais escasso. Parece que a Terra está girando caca vez mais rápido e os dias tornam-se menores.
Falta tempo ...
Então, frustram-se as expectativas.
O autor frustra-se porque não consegue dar seguimento à obra.
O(s) leitor(es) também, porque esperava(m) algo mais.
Lembro Cazuza: ... o tempo não pára ...
Grande e inafastável verdade contra a qual lutamos dia-a-dia.
Corre daqui, corre dali, atende um caso, liga para um cliente, recebe outro, cumpre tarefa(s) inadiável(is), vai ao trabalho, almoça (no restaurante, no bandejão, no refeitório, no balcão, ...), carimba, digita, perfura, grampeia, martela, cimenta, desenha, projeta, conserta ................................................
Volta para casa ....... de ônibus, de trem, de lotação, a pé, de bicicleta, motocicleta, van pirata, carro, .............
Tempo, tempo, tempo ...................
Todos o procuramos e cada vez o encontramos menos.
A família exige.
O trabalho obriga.
A vida o utiliza, dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano .....
Tempo .............
Precisamos de mais tempo.
O dia é curto e as obrigações são longas.
Queremos tempo!!!
Tempo!!!
Tempo!!!

terça-feira, 23 de março de 2010

RETALHOS DO DIA-A-DIA: O USO ABUSIVO DO DIREITO DE AÇÃO PELO M.P.

O USO ABUSIVO DO DIREITO DE AÇÃO PELO M. P.
Em minha vida profissional, como advogado de estado, defronto-me seguidamente com uma variada gama de ações civis públicas e/ou inquéritos civis, ajuizados ou instaurados pelo Ministério Público, sobre os mais variados temas e assuntos, nos quais, via de regra, busca-se compelir o Administrador, através do poder de coerção das decisões judiciais, a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa que o agente ministerial entende deva, ou não, ser realizada.
Tal sucessão de ações e/ou inquéritos com os quais me defrontei e enfrento seguidamente, levou-me a pensar e a teorizar sobre o assunto, saindo daí a seguinte proposição:

“Quando os instrumentos jurídicos e processuais colocados à disposição do M. P. são utilizados objetivando substituir o Estado Administrador e o Estado Legislador através do Poder Judiciário, estamos diante de um abusivo desvio de finalidade daqueles instrumentos via dos quais o agente ministerial procura conformar o Estado à sua vontade pessoal, relegando a plano inferior a vontade soberana dos cidadãos que, pelo exercício do direito do voto, elegeram seus legisladores e administradores. Esta pretensão, por vezes utópica dos agentes ministeriais, pois utilizam-se daqueles instrumentos jurídicos e processuais como panacéia universal, se não for obstada por firme atitude da sociedade organizada, pode levar à pior das forma de governo - a Ditadura do M. P. - em detrimento da democracia representativa.”

Quero deixar claro que esta é uma opinião pessoal, desvinculada de minha atividade profissional e que nada tenho contra o uso correto e moderado daqueles instrumentos jurídicos e processuais colocados à disposição do M. P.
O que acho abusivo e gerador de desvio de finalidade é o uso de tais instrumentos como um “Poder Curativo Universal”, capaz de sanar as imperfeições e mazelas de nossa sociedade, levando-nos à utópica sociedade perfeita.